sábado, 7 de março de 2009

- psicografo

(do circo que se abre assisto as multidões. naquele silêncio que é só e único, perco as curvas e os gestos, acompanho o nada em fragmento. a gente sempre se pergunta, sempre desiste das respostas. sempre caminha olhando os pés, desiste do que tinha pra ser caminhado. como nada nessa vida tem solução, fiquemos com o insolúvel, o sólido amorfo incrustado nas gavetas do peito, esperando a morte, uma tentativa de redenção, um pedido de desculpas. que o coração fosse menor, meu deus. tanto tamanho e peso dentro da gente. ou que fôssemos maiores, gigantes, fortes e corajosos. que fôssemos ninguém, rascunhos, projetos, esboços. que fôssemos mão e luva, um caracol, uma ventania. que fôssemos planetas correndo livres pelas órbitas do universo. ah, um pouco de liberdade!, daquelas com gosto de frescor verde, sem amargores ou ternuras. sem lenços ou bandeiras. sem corridas ou obstáculos.

só que tudo fosse um pouco mais fácil.

ou que nem fosse.

não precisa).

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