quarta-feira, 25 de março de 2009

aos pequenos

[ao gabriel, à sarah, ao pedro e à sofia]


“queridos filhos que nunca tive,


ontem me encolhi dentro da saudade de vocês. busquei quieta ao meu redor suas mãos minúsculas cheias de dedos a acarinhar meu cabelo, roçar meu nariz... busquei - sem esperar que os conhecesse, que os tocasse, que os carregasse por tantos meses abrigados dentro de mim -, um pouco de seus cheiros, seus gestos infantis, a pequenez... fiquei em silêncio na noite esperando ouvir seus barulhos. os choramingos. uns poucos gemidos.
mas então adormeci.
dormi na certeza funda da ausência de vocês, essa falta pesada, sozinhez mesquinha, pobre.
queria vocês aqui, meus pequenos. para inflar de sentidos as manhãs que perderam a graça. para mostrar que quando um dia está bonito não é momento, é permanência estrelada, é estado de graça e milagre perpétuo aos olhos. queria abraçá-los e com isso saber escavar as horas, esperar os amanhãs, com amor arar o mundo para recebê-los.


tudo seria um tanto mais perfeito, meus pequenos,
com vocês aqui por perto.


M”.

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