sábado, 14 de agosto de 2010

les.neuf.mois




e, depois de rolarmos pela escadaria de tapetes submarinos,
voltaremos, deixando madrepérolas e conchas


(murilo mendes, trecho de estudo nº6)


domingo, 25 de julho de 2010

# 26



Katharinasponner6_large



mas acontece que este é também o meu sintoma, não conseguir falar = não ter posição marcada, idéias, opiniões, fala desvairada. só de não-ditos ou de delicadezas se faz minha conversa, e para não ficar louca e inteiramente solta neste pântano, marco para mim o limite da paixão, e me tensiono na beira: tenho de meu (discurso) este resíduo.
não tenho idéias, só o contorno de uma sintaxe (= ritmo).


(ana cristina césar)



sábado, 3 de abril de 2010

# 25





- lost and found.




segunda-feira, 22 de março de 2010

# 24







quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

“Le corps



Avant même d'entendre les mots, je comprends le sens. C'est le corps qui parle d'abord. Il le fait en ami ou en ennemi. Des fois, il peut être aussi chargé de désirs contenus. À ce moment, on dit qu'il est plein à craquer de sens. Le corps peut murmurer, crier, hurler, chanter, sans prononcer un seul son. Il peut même exprimer le contraire de ce que les mots disent. On ne comprend vraiment un homme que quand on peut capter ce qu'il veut dire avant même qu'il ouvre la bouche”.


(Dany Laferrière, Pays sans chapeau, p. 84-85)


#port:

O corpo

Antes mesmo de escutar as palavras, compreendo o sentido. É o corpo que fala primeiro. Ele o faz entre amigos ou inimigos. Às vezes, ele pode estar também carregado de desejos contidos. Nesse momento, diz-se que ele está prestes a entrar em colapso. O corpo pode murmurar, chorar, gritar, cantar, sem emitir um único som. Ele pode até mesmo exprimir o contrário daquilo que as palavras dizem. Um homem só é verdadeiramente compreendido quando se pode captar aquilo que ele quer dizer antes mesmo que ele abra a boca”.



sábado, 13 de fevereiro de 2010

# 23








terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

compasso, passo, peso; compasso, passo, peso;






da parede, sons. sussuros, caminhando. rachaduras, vales, concreto, pó. pequenas vozes. dizendo, silêncio. pausa. (volte a respirar).







terça-feira, 12 de janeiro de 2010

[cinema: quote # 02]




Narrateur: Amélie a soudain le sentiment étrange d'être en harmonie totale avec elle-même. Tout est parfait en cet instant. La douceur de la lumière, ce petit parfum dans l'air, la rumeur tranquille de la ville. Elle inspire profondément et la vie lui paraît alors si simple et si limpide qu'un élan d'amour, comme un désir d'aider l'humanité entière, la submerge tout à coup.



[de Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain, 2001]





#eng:

(Narrator: Amélie has suddenly a strange feeling of absolute harmony with herself. Everything is perfect in this moment. The softness of the light, this scent in the air, the quiet murmur of the city. She breaths deeply and life seems so simple and so clear to her that a surge of love like an urge to help mankind comes over her).


#port:

(Narrador: Amélie sente de repente um sentimento estranho de absoluta harmonia com ela mesma. Tudo é perfeito nesse momento. A suavidade da luz, esse perfume no ar, o murmúrio tranqüilo da cidade. Ela respira profundamente e a vida lhe parece tão simples e tão clara que uma onda de amor, como um desejo de ajudar a humanidade inteira, a submerge de uma vez).



- sobredoismilenove -





ano estranho... não lembro muito bem, não lembro mais. ano longo... acabou já? ano escuro... muito trabalho, muito cansaço. tenho flashs... crises, risadas, protestos, amigos, frio, conversas longas, gente esquisita, meu quarto, estafa, tantas festas... nossa, festas! transformações. destruição. etapas. acho que eu cresci mais um pouco... será? teve luz e surpresas. luz... eu ganhei luz! foi um ano estranho. intenso, afinal. feliz? é... acho que sim. cortante e úmido, mas feliz. (até que) e(n)fim.



[fogos de artifício]
(clap, clap, clap)




[escrito incoerentemente por não poder ser de outro jeito]



em tempos de água...



às vezes a gente fica se perguntando que tempestade vem. olha a janela... fica esperando. as nuvens balançam gorduchas, lentas. é uma expectativa de angústia, mas, ao mesmo tempo, lá no fundo, você já pode estar na certeza de que vem chuva boa, daquelas fortes, frias e limpas, daquelas que você quer agarrar com a mão e colocar na língua.
eu sempre espero a tempestade. é um medo de espera(nça), na verdade. é como o hipocondríaco que aguarda a tosse. ele espera que ela venha, e quando vem, ele suspira ao mesmo tempo alegre e triste, pois ainda não sabe se é tuberculose ou só um simples espasmo (realmente não sei o que gera qual suspiro).
o engraçado de toda essa água é perceber como é difícil/fácil se acostumar com chuva quando sempre se teve tempestade. não acho as tempestades ruins (entendo desses alagamentos), mas quando se tem chuva, simplesmente chuva, ela só... no início a gente ainda abre a janela procurando os raios e os trovões, vislumbrando inundações, mas, um pouco depois, a gente já quer ficar a dançar na garoa fina e bebericar o sempre na chuvinha doce.

sim, eu sei que no final das contas é tudo líquido. chuva é chuva, ponto. assim, acho que na verdade depende de onde a gente olha as gotas... a gente olha sendo afogado por elas ou tem alguém ao seu lado oferecendo um guarda-chuva aberto?


enfim, pontos de (chu)vista.