quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Fragmentos # 03



Há tempos não ia ao mercado fazer compras. Fui ontem, uma passadinha rápida em busca de coisas não muito essenciais. E qual não foi o meu espanto ao ver, em plena noite de 30 de Janeiro, um stand com ovos de Páscoa da Garoto no meio do supermercado? Óbvio que tive aqueles dois segundos em que você tenta se localizar na linha do tempo para ter certeza de qual é o dia em que se está. Foi um bonito momento de discontinuum temporal.
Enfim, eu não sei como o comércio pode se antecipar ainda mais... Acho que mês que vem é melhor eu estar preparada para me deparar com bolas coloridas, laços vermelhos, festão, guirlandas...



Tinha me esquecido de quanto os romances policiais são bons. Vários acontecimentos sem explicação, mentiras, assassinatos, dinheiro, investigações, perguntas sem resposta... A leitura flui incrivelmente!



E o trecho inicial da introdução de “Bela Lugosi’s dead” (versão Nouvelle Vague) sempre me faz lembrar do início daquela música da trilha sonora de “Eternal Sunshine...”. Qual o título mesmo...? [...] Ah, lembrei! “Light and day”, The Polyphonic Spree. (“Just follow the day, just follow the day and reach for the sun!”). Isso.

=)



trilha sonora do post: “una música brutal”, gotan project / “bela lugosi's dead”, nouvelle vague / “there is an end”, the greenhornes / “bitter sweet symphony”, the verve / “song to say goodbye”, placebo / “tangerine”, led zeppelin / “magic pie”, oasis.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Fragmentos # 02

Para aqueles que não estão curando uma ressaca básica e quase inevitável, o primeiro dia de um novo ano é um pouco tedioso, morno, uma tela branca, um espaço que espera e espera e espera...



E esse calor que praticamente paralisa tudo ainda mais, dá aquela agonia sem sentido, o sufoco, o olhar cego para o céu, o ar, o tempo e o espaço, tudo iluminado naquele branco abafado, incisivo, sozinho.



Nos dias primeiros de cada ano, monta-se a nova agenda. Vê-se o quanto se há pra fazer nos próximos mais de trezentos dias. Tanto a se fazer, o mundo inteiro pra conhecer mais com as pontas dos dedos, tanta gente e tantas e tantas possibilidades, decisões, escolhas, traços rabiscados e apagados dentro do passo dado pra lá, do caminho diferente tomado pra cá, da curva não feita, da reta desfeita por qualquer distração boba, dos minutos perdidos, dos segundos ganhos, das melhores e piores horas.



Venho tomando uma certa aversão a essas festas de fim de ano. Não sei, a cada ano parecem mais sem sentido.



Há sempre tanto para se fazer. Porém, é interessante às vezes observar a nossa capacidade para ficar horas e horas sem fazer nada, procurando o que não há pra ser achado, se debatendo contra as paredes, abrindo portas de armários, geladeiras e guarda-roupas como se neles sábios cheios de respostas se escondessem, apenas aguardando serem encontrados. Talvez seja saturação. Talvez pensamentos demais. Talvez só uma fuga. É, uma leve fuga. Talvez só saturação, cansaço. O calor.



Quando se quer muito, consegue-se pouco. Quando se quer pouco, bem pouco, geralmente fica-se com nada. So...?



Vamos lá, 2008 se inicia. Sem muito ânimo, sem tantas expectativas, sem listas de metas ou grandes planos. Se ao menos alguns pontos necessários conseguissem ser atingidos, trabalhados, realizados, ele já seria mais do que perfeito. Busquemos, assim, a perfeição inexistente das coisas.



Desde o início de Dezembro / 2007, quando começou a ficar impossível não se notar as pequenas luzes e toda a decoração de Natal a se espalhar pela cidade, passou a ser normal examinar nos pensamentos os meses decorridos, geralmente chegando-se a um veredito, a uma idéia geral, a um sentimento e/ou opinião que definisse resumidamente o já quase ano velho.
Não sei exatamente o motivo exato, mas a partir do primeiro momento que me encontrei pensando em 2007 não tive como não classificá-lo duplamente como o meu melhor-pior / pior-melhor ano.
Como disse, não há um motivo exato, é mais como um emaranhado amorfo de pequenas e grandes razões, fatos, momentos, mudanças, etapas vencidas, obstáculos novos, coisas muito ruins, coisas muito boas e etc. Foi um ano que veio em bloco, desgovernado, em tempestade.
Só que, surpreendentemente, por mais que tenha sido um ano muito denso, o saldo final foi positivo. Surpreendentemente (!). Eu jamais esperaria que o ano terminasse tão bem, que eu fosse conhecer tantas pessoas legais e interessantes e que, também, fosse fincar a bandeira da amizade mais uma vez como a grande salvadora da pátria. (Ainda farei um post dedicado à amizade e suas virtudes).
Quando realmente paro para elencar tudo o que aconteceu de relevante nesse ano que acabou de passar, me assusto e me pergunto como é possível um amadurecimento e um fortalecimento tão sólidos em áreas como equilíbrio emocional, confiança, capacidade de recuperação, compaixão, comunicabilidade, senso crítico, auto-estima, indiferença, planejamento, visão global e etc. em tão pouco tempo.
Foi um ano essencialmente importante. Crucial, eu diria. Talvez eu demore ainda mais tempo para conseguir abrangê-lo como um todo, mas só o que percebo agora já é suficiente para que eu ache isso.
Enfim, eu já sabia que fazer 22 anos no dia 17/07/2007 não ia trazer tão bons fluidos... Voilà.



Vejo 2008 como um ano de muito trabalho. Muito trabalho mesmo, já começando em Janeiro. A pilha de livros na minha mesa é tão grande que fico me perguntando se esse desfalque que eu fiz na biblioteca é compatível com alguém que queria férias desde Outubro... Vai entender...



Bom 2008 a todos! =)



trilha sonora do post: “sometimes”, my bloody valentine / “just like honey”, the jesus and mary chain / “lover, you should've have come over”, jeff buckley / “everybody's gotta learn sometimes”, beck / “nana de mercedes”, javier navarrete / “23”, blonde redhead / “you love me”, devotchka / “mysterons”, portishead / “jigsaw falling into place”, radiohead / “falling down”, pearl jam / “automatic stop”, the strokes / “eleanor rigby”, “julia”, “strawberry fields forever”, “a day in the life” e “lucy in the sky with diamonds”, the beatles / “elle s'en va”, camille dalmais.