en regardant...
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
respiração
com o peso de um braço se parava o mundo no sussuro dos que não devem ser acordados.
e o teu cuidado vinha sempre embrulhado em algodão.
e o teu cuidado vinha sempre embrulhado em algodão.
domingo, 14 de dezembro de 2008
(da linha de giz rabiscada no tablado...)
com o rosto coberto de tintas ela girava faceira o leque no ar. os dedos compridos roçando rendas, a boca entreaberta no riso bordô, do quadril escorrendo os babados dengosos da saia rodada e leve. nos pés ela bailava o nu descalço de quem sempre pisou no chão. nos olhos ela piscava o mergulho sem volta na voz suave dos meus lábios a desfiar canções.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
sábado, 6 de dezembro de 2008
Marias
Na sala de espera, vozes ecoam. Maria Aparecida, Maria do Carmo, Maria das Dores. Marias de todos os cantos e por todos os santos.
Nas cabeças, tranças desmanchadas, cachos abandonados, fios perdidos, gorros, lenços. Marias enodoadas, cancerígenas. O olhar poroso, as veias secas. O passo mancado. Peles trincadas pela terapia química.
É no hospital, naquelas cadeiras, macas, nas informações complicadas em linguagem dotoral, que só uma mensagem calada se espalha: a do medo choroso dentro da morte.
Minhas Marias, tão queridas, amputadas na sua feminilidade mais doce. Seios perdidos, úteros arrancados. A esperança pendente nas pontas dos dedos ou nas agulhas nos braços. Ossos doídos, futuro manchado. Que vivam ainda minhas Marias, todas lindas: maculadas.
Nas cabeças, tranças desmanchadas, cachos abandonados, fios perdidos, gorros, lenços. Marias enodoadas, cancerígenas. O olhar poroso, as veias secas. O passo mancado. Peles trincadas pela terapia química.
É no hospital, naquelas cadeiras, macas, nas informações complicadas em linguagem dotoral, que só uma mensagem calada se espalha: a do medo choroso dentro da morte.
Minhas Marias, tão queridas, amputadas na sua feminilidade mais doce. Seios perdidos, úteros arrancados. A esperança pendente nas pontas dos dedos ou nas agulhas nos braços. Ossos doídos, futuro manchado. Que vivam ainda minhas Marias, todas lindas: maculadas.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
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