quarta-feira, 19 de novembro de 2008

(pra não esquecer de guardar lembranças)

Medo do que acaba. Ânsia de multiplicar os segundos, distender ao máximo qualquer vivência, apertar tantos abraços, olhar mais fundo nos olhos simplesmente porque está acabando, fugindo dos dedos.


Talvez a melhor época, as mais inocentes risadas, o cansaço e a alegria mais sinceras, as lágrimas mais redondas porque geralmente compartilhadas. Talvez amizades para a vida inteira. Com certeza o baú mais leve e mais pesado que a gente vai carregar pelas ruas da velhice, aquele que trará a saudade doce e ácida do passado largado lá na juventude, lá, lá longe, perdida no meio do nosso cheiro de naftalina e poeira do tempo.


Estou com medo do fim. De ter que sair lá fora, olhar o sol e ver o que há de vir. O que há de vir, afinal? (Medo).


Estou molhando as lembranças, cultivando sua terra, acariciando seus frutos com carinho e arranjando tudo cuidadosamente. Que elas sejam o meu melhor e que eu também consiga guardar algumas pessoas amarradas aqui dentro, só pra nunca esquecer.



Nenhum comentário: