sexta-feira, 11 de julho de 2008

coisas-que-só-acontecem-comigo

Há tempos não escrevo sobre os nadas do cotidiano...

Hoje o dia estava sendo um comum dia-perfeito. De manhã, fiz as coisas que todo mundo que está de férias e não viajou faz: acordar tarde, responder e-mails e recados, ouvir música, pensar em assistir um filme e não fazê-lo porque ainda é muito cedo, comer e, enfim, pra quem trabalha como eu, sair pra trabalhar um pouco mais cedo só pela vontade de pisar ruas e ver gente.
Dia ensolarado e friozinho, andar sossegado, a calça jeans preferida e o cabelo balançando pra lá é pra cá dentro do rabo-de-cavalo. A gente compra um chocolate e um doce, pega o ônibus vazio e vai indo pela avenida meio dormente, com o sol a brincar nos olhos, um livro na mão e a paisagem a colorir o rosto. Quer coisa melhor? (E tem gente que ainda pensa que a felicidade não é simples...).
Uma passada no banco, um ótimo encontro (sabe quando você quer uma coisa e ela surge melhor do que encomenda? Pois é.), o ânimo que se assanha e o dia que fica sorridente. Pensamento na família, telefonema para a mais amada e querida. Saudade grande, conversa de mãe e filha: assuntos práticos e profundos. E a vontade de comer pão doce obriga a uma visita à padaria pra levar a guloseima do café da tarde.
Vamos caminhando e chegamos ao trabalho com tempo suficiente para ler os quadrinhos no jornal e ainda tomar um café. Garfield é sempre ótimo e um café quente, doce e forte anuncia uma tarde memorável.
Começamos a trabalhar, e bem: quase nada pra fazer (dentro de uma biblioteca em período de férias, o que mais se poderia esperar?). Encontramos uma amiga adorada e uma conversa de 40min. é compartilhada com livros e estantes. Continuamos o trabalho (demonstração de amizade e afeto no meio do expediente!) e a hora do café com pão doce chega.
E como o dia estava sendo perfeito demais dentro da minha concepção de ser feliz com pouco, é claro que alguma coisa bizarra tinha de acontecer.
Beber café depois das 18h na cozinha da biblioteca é uma missão impossível. A essa hora a única coisa que nos resta é o suco nosso de cada dia. Entretanto, milagrosamente, havia café (!). Claro que aqui a gente aproveita, bebe um pouco, repete e, quando vê, de repente o café parece que gostou da nossa companhia e assim resolveu chegar mais perto, cair na blusa, na calça, se derramar todo num banho apaixonado e morno de açúcar e líquido marrom. Sim, eu ganhei a sorte de um banho de café no meio do horário de trabalho. Não é lindo?
(Acho que agora pelo menos o título deste post ficou claro ou, no mínimo, da cor de café).
Pulando toda a odisséia e os tropeços pra conseguir me trocar (Carina e Miki: minhas heroínas) e voltar a trabalhar normalmente, o dia termina: volto pra casa com as coisas acertadas no trabalho, com uma saia indiana e uma sandália que reforçaram ainda mais os meus traços de ser que veio da Índia e, como não podia deixar de ser, hoje também foi o dia em que finalmente eu trouxe o meu violão de volta pra casa, ou seja, a gente sai de casa num dia normal exalando casualidade e volta hippie, com direito a violão, saia rodada e cheiro de café.

Só comigo mesmo...


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