sexta-feira, 29 de junho de 2007

Will we ever be open?

“a man lies in his bed in a room with no door
he waits, hoping for a presence, something, anything, to enter
after spending half his life searching,
he still felt as blank as the ceiling at which he's staring
he's alive, but feels absolutely nothing,
so, is he?
when he was six he believed that the moon overhead followed him
by nine he had deciphered the illusion, trading magic for fact
no tradebacks...
so this is what it's like to be an adult
if he only knew now what he knew then...”


(trecho de I'm open, Pearl Jam)


Sempre que leio a letra dessa música fico com essa espécie de sensação de espera, de suspensão frente à vida, como se os processos pelos quais passamos ao atravessar as suas diferentes fases nos deixassem tão perdidos que acabamos, no final, buscando tantos significados para as coisas... que nem sabemos mais se essa busca é tão necessária assim para podermos viver.
O homem nesse quarto é alguém que passou grande parte de seu tempo tentando achar uma explicação para a vida adulta, surgida a partir da troca constante da mágica da infância pelos fatos estampados nos livros de ciência, nos
outdoors, nos extratos bancários, nos jornais, nas pesquisas, nas contas, enfim, em todos os pedaços de papel donde a vida adulta salta aos nossos olhos.
Ele se sente como um desses pedaços de papel, que por mais cheios de informações e de dados que estejam, estão na realidade completamente vazios. E é um vazio de fantasia, de imaginação, de doces, pirulitos, balões e brigadeiros. Vazio da mágica de se ter sido criança.
Eu não sei porque a vida adulta tem de ser tão desconectada dessa mágica da infância, pois, talvez, o que realmente nos faça falta para sermos mais abertos em relação às diversas manifestações de beleza do mundo seja justamente um pouco mais de inocência e de algodão-doce e um pouco menos de estatísticas e de senhas.
Será que algum dia seremos capazes de nos abrir e, assim, esperar por qualquer coisa que nos complete e coloque um pouco de cor no papel vazio que nos transformamos ao crescer?

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