sábado, 9 de maio de 2009

opr.....

na primeira noite, eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
e não dizemos nada.
na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão
e não dizemos nada.
até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta
e já não podemos dizer nada.

(trecho do poema no caminho com maiakóvski,
de eduardo alves da costa)


acordei deitada sobre a ponta norte de uma constelação de medo. (as manhãs precisavam tanto existir apertadas na garganta?) do telhado mal coberto poças de sol pingavam no meu corpo lento.

desprendida do pó, eu me encolhia quieta.

com os dedos presos.

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