sábado, 11 de julho de 2009

A hundred years

(as horas quietas ainda marcam o passo do quanto respira teu coração?)

você sabe quando o desgaste do tempo passou e poliu as paredes do teu corpo, trouxe a aspereza e o pó dos dias. as letras da voz já soam carregadas demais, cheias de sulco, de viço pastoso. tudo é um violino muito bem afinado com uma haste que balança plena ao sol ou então, na verdade da poeira, só uma dança muito triste pra sequer ser ensaiada.
e vem o peso das pálpebras, o olhar se agarrando demorado aos cantos das coisas. há os transbordamentos e as inércias, a prisão na descrença, na piedade, no ódio. é o passado pulverizando seus destroços. é o tempo mastigando aos sopros a vida da gente.

Nenhum comentário: