segunda-feira, 14 de abril de 2008

| noite | frio | chuva | vento |

“I don’t really fell anything”.
(
neverending math equation, sun kil moon)


“e a noite vem, sendo o descanso do sol”.
(
na varanda, o teatro mágico)


“the smell of grass in the spring”.
(
have you forgotten, red house painters)


São Paulo sempre fica com esse ar doente quando chove. Chuva dessas que não pára e avança pelo tempo, umedecendo os espaços e os humores, amolecendo as partes do corpo e deixando aquele cheiro de vontade de dormir espalhado pelas paredes. Paredes que formam os quadrados onde todos se escondem em silêncio. Naquele silêncio quieto que olha pela janela e se choca com o vento que dança. Vento molhado que traz arrepio à nuca, que dilata a mente. Água porosa que escorre por todos os lados. Vidros que acolhem gotas quebradiças. Nuvens sonâmbulas. O cinza que se expande e calmamente amarra a tarde. Nossas mãos geladas e aflitas que se deitam nas cavernas acolhedoras de bolsos, mangas, panos e segredos. Abraçando o nada em nome do pouco calor de um corpo humano. Do pouco apoio de uma alma humana. E assim essa cidade se encolhe. Ela e suas milhões de mãos desamparadas.


Um comentário:

Anônimo disse...

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