terça-feira, 12 de janeiro de 2010

em tempos de água...



às vezes a gente fica se perguntando que tempestade vem. olha a janela... fica esperando. as nuvens balançam gorduchas, lentas. é uma expectativa de angústia, mas, ao mesmo tempo, lá no fundo, você já pode estar na certeza de que vem chuva boa, daquelas fortes, frias e limpas, daquelas que você quer agarrar com a mão e colocar na língua.
eu sempre espero a tempestade. é um medo de espera(nça), na verdade. é como o hipocondríaco que aguarda a tosse. ele espera que ela venha, e quando vem, ele suspira ao mesmo tempo alegre e triste, pois ainda não sabe se é tuberculose ou só um simples espasmo (realmente não sei o que gera qual suspiro).
o engraçado de toda essa água é perceber como é difícil/fácil se acostumar com chuva quando sempre se teve tempestade. não acho as tempestades ruins (entendo desses alagamentos), mas quando se tem chuva, simplesmente chuva, ela só... no início a gente ainda abre a janela procurando os raios e os trovões, vislumbrando inundações, mas, um pouco depois, a gente já quer ficar a dançar na garoa fina e bebericar o sempre na chuvinha doce.

sim, eu sei que no final das contas é tudo líquido. chuva é chuva, ponto. assim, acho que na verdade depende de onde a gente olha as gotas... a gente olha sendo afogado por elas ou tem alguém ao seu lado oferecendo um guarda-chuva aberto?


enfim, pontos de (chu)vista.


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