domingo, 8 de julho de 2007

(chá de maçã + biscoitos: pequenos efeitos)

Há coisas que te abordam de uma forma tão terna e simples, como se fossem cristais líquidos-gelados nas têmporas, nuvens em pedaços para se morder, flocos de veludo... Talvez sejam esses os momentos de suavidade em que se pode observar a (pouca) beleza que ainda existe no mundo, como já dizia a frase daquele filme*.
Não é só o vento frio que sopra contra o céu limpo, a mão que esbarra na outra e a sente, a risada incontrolável, a surpresa mais surpreendente, o “olá” perdido no tempo ou a imaginação flutuando naquela dança imaginária que nunca acontecerá... Saias rodadas e sapatilhas de seda, orvalho e sede, talvez lágrimas e uma voz doce, bolinho de chuva, chá de maçã, chuva de verão e maçã verde... Sono de canto, tristeza de esquina, o vestido calado... Luz que pisca sem parar, um sol apagado contra o teto e uma borboleta perdida na parede, plumas sob os pés e um pouco de soluço nas veias, aquela frase engavetada e a saudade do que só ficou no etéreo, eterno, e aqui...

É melhor eu parar de viajar a essa hora da madrugada...


* “Sometimes there’s so much beauty in the world I feel like I can’t take it, like my heart’s going to cave in”. (do filme American Beauty)


(trilha sonora: Messenger, Blonde Redhead:
“behind those clouds, I’m almost home”.)

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